segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Oratórios

Hoje, aproveitando as férias, volto com minhas postagens, cansei de falar de compositores outra hora  retomamos com algo novo sobre eles. Como ontem em Toledo foi comentado sobre a possibilidade de uma nova empreitada da Orquestra Sinfônica de Cascavel e Coral Municipal de Cascavel vamos falar sobre algo que adoro: as peças de origem sacra, no nosso caso, os oratórios e em especial os de Natal. Afinal o que é um oratório? 
Oratório é uma composição musical composta por solos de vozes, coro, orquestra e órgão, usualmente baseada em texto religioso presente na Bíblia. A tradição do oratório foi originada no Oratório de São Felipe de Néri, localizado em Roma e em que houveram as primeiras apresentações dessa forma. No período os oratórios eram semelhantes à Operetas com cenários e fantasias, mas as histórias sempre de fundo religioso eram repletos de recitativos, árias e coros. Com o passar dos anos estes deixaram de ser encenações e passaram a ser apresentações musicais, realizadas em igrejas e salas de concerto. Alguns compositores famosos por seus oratórios são os alemães Schütz e Häendel e o italiano Carissimi.
Pesquisei alguns oratórios de Natal ou os Weihnachtsoratorium:
Weihnachtshistorie (História da Natividade, 1660) de Heinrich Schütz ;
Oratório de Natal(1934) de Johann Sebastian Bach;
O Messias (1742) de Handel;
L’Enfance du Christ (A Infância de Cristo, 1854) de Berlioz;
Oratório de Noël (1858), de Saint-Saëns;
Christus (1866), de Liszt 
Abaixo uma série de vídeos com partes destes oratórios na ordem acima apresentada:


Espero que tenham gostado tanto quanto eu...
Até a próxima pessoal

domingo, 17 de junho de 2012

Hoje resolvi voltar a postar no blog, achei que talvez me sentisse mais próxima de vocês todos desta forma. Estes 6 meses tem sido muito difíceis, não poder tocar, não ensaiar, perder concertos, situações que nunca aconteceram nestes dez anos de orquestra, mas quando menos esperamos, ou queremos, simplesmente acontecem... Comecei minha fisioterapia e aos pouquinhos estou voltando a conseguir os movimentos plenos da mão direita, quase certeza que em setembro estarei de volta para participar do nosso concerto mais importante. Mudando de assunto, retomo hoje minha série de compositores brasileiros, queria escrever sobre um especial, que é conhecido pelo mundo por uma de suas maiores contribuições para MPB - a bossa nova-, no entanto, esta pessoa também tinha uma certa paixão pelo veio sinfônico e compôs uma obra pouco conhecida mas belíssima e de caráter histórico importante. Falaremos de Tom Jobim e sua Sinfonia da Alvorada.


Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Rio de Janeiro25 de janeiro de 1927— Nova Iorque8 de dezembro de 1994), mais conhecido como Tom Jobim, foi um compositormaestropianistacantorarranjador e violonista brasileiroNascido no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, Tom mudou-se com a família no ano seguinte para Ipanema, onde foi criado. A ausência do pai, Jorge de Oliveira Jobim, durante a infância e adolescência lhe impôs um contido ressentimento, desenvolvendo no maestro uma profunda relação com a tristeza e o romantismo melódico, transferido peculiarmente para as construções harmônicas e melódicas. Aprendeu a tocar violão e piano em aulas, entre outros, com o professor alemão Hans-Joachim Koellreutter, introdutor da técnica dodecafônica no Brasil. 
A Sinfonia da Alvorada, que mais tarde ficou sendo conhecida como Sinfonia de Brasília, foi encomendada a Vinicius e Tom pelo presidente Juscelino Kubitschek desde fevereiro de 1958, mas o trabalho da dupla foi adiado por causa de protestos contra a construção da cidade, originados principalmente nas áreas de oposição ao governo.
Mais tarde, Juscelino reiterou o convite através do arquiteto Oscar Niemeyer, que transmitiu a Vinicius a vontade do presidente de ter a Sinfonia pronta antes de 21 de abril de 1960, dia marcado para a mudança da capital.
A convite de Juscelino, Tom e Vinicius passaram uma temporada em Brasília, para conhecer o local onde a cidade estava sendo construída.
Mas Brasília foi inaugurada sem a Sinfonia, e um espetáculo de luz e som planejado para 7 de setembro de 1960, quando a Sinfonia seria finalmente apresentada, também não aconteceu, por causa dos altos custos apresentados pela empresa francesa Clemançon, que proveria o equipamento e a tecnologia para o evento.
A Sinfonia da Alvorada foi apresentada em primeira audição em 1966, na TV Excelsior de S. Paulo. Uma segunda apresentação deu-se na Praça dos Três Poderes em Brasília em 1986, com regência de Alceu Bocchino, e Radamés Gnattali ao piano. O texto de Vinicius foi falado por sua filha Susana de Moraes, e por Tom Jobim."

Abaixo temos o texto da contracapa do LP e a gravura da capa desenhada por Oscar Niemeyer:

"
Sinfonia da Alvorada - texto para a capa do LP
Antonio Carlos Jobim
Setembro, sertão no estio. Frio sêco. Altitude aproximada: 1.200 metros. Ar transparente, céu azul profundo, primavera e pássaros se namorando. Campos gerais, chapadões dos gerais. Cerrado e estirões de mata à beira dos rios. Horizonte: 360º. No fundo do "Catetinho" há um capão de árvores altas por onde passa um córrego de água boa e fria. Seguindo-se a água, sai-se num campo onde fui muitas vezes escutar o pio das perdizes. Silêncio nos campos claros batidos de sol. De repente, de perto, como um grito, vem o piado do macho chamando a fêmea. Silêncio. E de longe chega a resposta. É uma conversa que parece vir do fundo dos tempos. Aquêles dois pontos de som escondidos no capim se procuram, aproximam-se, encontram-se e cantam juntos. Uma nuvem passa e sua sombra corre pelos campos. O vento faz ondas nos penachos do capim: dourado, verde, dourado...
Neste ambiente foi composto "O Planalto Deserto".
A música começa com duas trompas em quintas, que evocam as "antigas solidões sem mágoa" de que nos fala Vinicius de Moraes e a magestade dos campos sem arestas que há milênios se aquietaram. O espírito do lugar prevalece. Duas flautas comentas lìricamente as infinitas côres das auroras e poentes, sôbre um fundo harmônico de cordas em tremolo. O mistério das coisas anteriores ao homem é exposto numa luz clara e transparente: "Onde se ouvia nos campos gerais do fim do dia o grito da perdiz, a que respondia o pio melancólico do jaó". Às vêzes, à beira d'água, surge a trama vegetal dos galhos e lianas . O timbre da orquestra escurece. O infinito horizonte se enche das côres do crepúsculo e se escuta mais uma vez o tema do Planalto.
A 2a. parte aborda o Homem: seu espírito de conquista, sua violência, sua fôrça, seus desejos e seus sofrimentos para atingir o altiplano. Enquanto escrevia a música desta parte, formou-se em meu espírito a seguinte imagem: uma carroça vai penosamente se arrastando serra acima . O Homem instiga os animais. A marcha acelera-se e surge o Canto, a que responde a Natureza, calma e isenta de desejos. Mas o Homem quer as coisas. Seu braço forte, riscado de grossas veias, ergue-se a uma lâmina afiada corta os ramos dessa Natureza imparticipante. O picadão se aprofunda sertão a dentro. O Homem haveria de plantar sua cruz no Planalto.
Na 3a. parte os modernos pioneiros retomam o trabalho dos velhos bandeirantes. O projeto da nova capital é planificado e torna-se necessário, para levar a efeito "a gigantesca tarefa", convocar "todas as fôrças vivas da nação". "A Chegada dos Candangos" conta da vinda desses homens de olhos puxados e zigomas salientes; homens que em toda sua pobreza ainda encontram um jeito de rir e cantar. Homens sem os quais Brasília não existiria.
Segue-se a 4a. parte: "O Trabalho e a Construção". Evitamos a música concreta para caracterizar o trabalho (ruído de serras, estacas etc.) porque isso nos pareceu óbvio. O trabalho é visto de maneira mais subjetiva. A música começa com um fugato que retrata o inicio da ação. A sorte está lançada. A inexorabilidade da ação é posta em evidência. O fugato desenvolve-se de maneira matemática. A tônica é o centro de tudo: as tonalidades satélites vão e vêm mostrando suas côres puras, mas tudo reverte à ofuscante tônica central. Há um plano de construção e êsse plano é rigorosamente respeitado. Por vêzes o trabalho cessa para dar lugar à contemplação da obra já feita, e três trompas aparecem sugerindo a graça e leveza líricas do Palácio da Alvorada diante da "grande planície ensimesmada", de que nos fala Vinícius. Mas o trabalho tem de prosseguir. Surge um rítmo marcato nas vozes masculinas e no piano, aqui usado como instrumento de percussão. Depois os arcos tomam a si o mesmo motivo e às vezes, eventualmente, se lamentam, como a dizer que nenhum trabalho é feito sem sofrimento. Os instrumentinos e logo os metais retomam o marcato, a sugerir o sol no zenite reverberando nas superfícies brancas, ferindo os olhos dos homens que trabalham. Novos temas arquitetônicos aparecem, cortados por uma frase de inusitado lirismo: pois o trabalho é tambem amor e poesia. Volta uma vez mais o tema do Palácio da Alvorada e tudo se encaminha para um desfecho inevitável. As tonalidades satélites mostram novamente suas côres, mas a tônica domina tudo. Os fatos se precipitam e o trabalho e a poesia dão-se as mãos. Algumas celebrações, alguma grandiosidade e o trabalho se conclui de repente numa frase triste, enunciada pela voz humana . Os homens voltam para suas casas na melanconia do poente. Um canto-chão diz de suas solidões, de suas tristezas, de suas mulheres ausentes. As cordas tomam a si o canto-chão, enquanto o texto fala dessa saudade dos homens por suas mulheres. Surgem pela primeira vez na Sinfonia vozes femininas que contrapontam intuitivamente com as vozes masculinas. Depois em bocca chiusa volta o canto-chão nas vozes masculinas retomando o tema da solidão. Um acorde de orquestra transporta ao tom relativo menor e vem a treva total. Surge, independente do Homem, o tema do "Planalto Deserto", da primeira parte.
Segue-se, na 5a. parte, o Coral final, comemorativo da realização. Vinícius usou além da palavra-sentido, a palavra-som, o que causa muitas vêzes um efeito surpreendente. O Brasil aparece em toda a sua nostalgia e grandeza. Uma nova civilização se esboça. Herdeiro de todas as culturas, de todas as raças, tem um sabor todo proprio.
Rio, Janeiro de 1961
ANTONIO CARLOS JOBIM" 


Aqui segue o vídeo do tema da chegada dos candangos:



Fontes:



terça-feira, 10 de maio de 2011

Ernani Aguiar

Olá pessoal, ando meio sumida, mas hoje consegui um tempinho para continuar a série de compositores iniciada no blog. Com nosso concerto chegando, escolhi um compositor que será presença confirmada em nosso programa: Ernani Aguiar...
Nascido em 30 de agosto de 1950, em Petrópolis - Rio de Janeiro, é um compositor, maestro e musicólogo. Vencedor do Mozarteum Argentino, estudou com diversos compositores e maestros da América do Sul e depois da Europa, incluindo Sergiu Celibadache. Como musicólogo, especializou-se em revisar, editar e buscar trabalhos de compositores do século 18 do estado de Minas Gerais. Escreveu inúmeras peças instrumentais, mas seus trabalhos mais famosos são as peças para coral, como o Salmo 150, que apresenta características rítmicas com articulações rápidas.
Atualmente, é professor de música na Universidade do Rio de Janeiro e membro da Academia Brasileira de Música.


No link abaixo vocês podem conferir o Salmo 150:



domingo, 4 de julho de 2010

Série Compositores: Carlos Gomes

Carlos Gomes
Curiosidades
Fonte:http://musicaclassica.folha.com.br

Casamento conturbado

Carlos Gomes conheceu a pianista e professora italiana Adelina Peri quando ela dava aulas no Conservatório de Milão, pouco antes de 1870. Logo iniciaram um namoro. Mas os pais da moça eram contra o relacionamento. Eles só conseguiram se casar porque d. Pedro 2º enviou uma carta ao pai de Adelina dando ótimas recomendações do compositor. Eles tiveram cinco filhos --mas três morreram prematuramente. "[...] figura de 25 a 28 anos de idade, muito inteligente, uma irradiação geral de bondade e de amor infinito a Carlos Gomes. Cabelos negros, olhos pretos com fundo azul à brasileira, dentes de rara beleza, cútis alva, estatura média [...]. Ao vê-la ao lado do caboclo Gomes, sempre impaciente e de mau humor dir-se-ia uma ovelha ao lado de um leão", descreveu André Rebouças, engenheiro brasileiro e amigo do compositor. O casamento, já instável devido a dificuldades financeiras por conta das dívidas contraídas pelo músico, teve fim em 1885. Há quem diga que Carlos Gomes descobriu que era traído pela esposa, e que, depois de atirar todos os pertences da pianista pela janela, deixou a casa e fugiu com os filhos.

Alforria

Carlos Gomes foi objeto de homenagens em todo o país durante os últimos anos do século 19. Em Salvador, por exemplo, um retrato a óleo foi colocado no interior de um teatro, em uma cerimônia onde participavam cerca de 150 instrumentistas. Na ocasião, em nome do compositor, duas escravas receberam a carta de alforria.

Um caboclo na Europa

Quando morava em Milão, Carlos Gomes era visto, por muitos de seus contemporâneos, como um "animal" perdido em terras estranhas. O poeta italiano Antônio Ghislanzoni o retratava como um selvagem, cabelos revoltados, vestido com pesados casacos de pele, caminhando, sempre sozinho pelas ruas da cidade italiana. Embora sempre de cabeça baixa e cara emburrada, "era um rapaz extremamente doce e de caráter invejável".

A obra que virou abertura

A obra O Guarani, baseada no livro homônimo de José de Alencar, até hoje tem o tema de abertura executado no Teatro Alla Scalla, em Milão, nos inícios de todos os espetáculos. No Brasil, a obra ficou conhecida quando foi escolhida para iniciar o programa de rádio "A Hora do Brasil".

quinta-feira, 11 de março de 2010

Por que você escolheu este instrumento?

Deixe aqui seu comentário sobre o que mais te atrai ou te afasta do seu instrumento.

domingo, 11 de outubro de 2009

Instrumentos diferentes




Hoje postarei fotos e links de dois instrumentos, com os quais me deparei, e achei super diferentes. Um deles é o cello piccolo, ouvi uma matéria sobre a apresentação do cravista Nicolau Figuereido com um instrumentista que toca cello piccolo, nos vídeos vcs verão como o timbre é diferente. E o outro instrumento é o nickelharpa, é da família das violas e é tradicional na Suécia. Espero que gostem!!!!


A primeira imagem é do cello
picollo, e a segunda de várias nickelharpas.

sábado, 10 de outubro de 2009

DEFINIÇÕES

Piano-súbito - Indica uma oportunidade para algum obscuro músico de orquestra se tornar um solista.

Glissando - Uma tecnica adotada por instrumentistas de corda para passagens dificeis

Risoluto - Indica aos músicos da orquestra que eles deverão manter o tempo correto faça o maestro o que fizer.

Senza sordino
- Expressão usada para lembrar ao músico que se esqueceu de por a surdina alguns compassos atrás.

Crescendo - Expressão que lembra ao executante que ele tem estado a tocar demasiado forte.

Transposição - Mudança relativa da altura de uma peça que era muito grave para os contraltos e passa a ser muito aguda para os sopranos.

Cadencia - Quando toda mundo espera que você vá parar, mas tu não o fazes.

Diatónica - Schweppes de baixas calorias.

Virtuoso - Músico com boa formação moral.

Audição - Ato de submeter uma pessoa a situações de grande dureza para satisfazer o sadismo de alguém que já tem a opinião há muito formada.

Intervalo - Quanto tempo leva o músico a encontrar a nota certa. Há 3 espécies
1. Intervalo maior - muito tempo
2. Intervalo menor - alguns compassos
3. Intervalo invertido - quando tem de recuar um compasso e tentar de novo

Ritornello - Uma ópera de Verdi

Intervalo de 2ª menor
- Dois contrabaixos tocando em uníssono.

Fonte: http://tauc.aac.uc.pt

Novas piadas

O maestro interrompe o ensaio e diz: - O primeiro trombone deu uma nota errada. Ó maestro- diz um músico-, mas o primeiro trombone ainda não chegou. Responde o maestro: - Então, quando ele chegar digam-lhe.

Ao chegar para o ensaio o maestro dá com um contrabaixista lavado em lágrimas. - Então o que se passou ? pergunta ele. - Foi um colega que me desafinou uma das cordas do contrabaixo. - Ó homem não é caso para tanto. Afine lá a corda para começarmos o ensaio. - Não posso, ele não me diz que corda foi!

Um violinista consegue finalmente a oportunidade de ser ouvido pelo grande maestro. Após tocar uma pequena peça, o agente pergunta ao maestro: Então que tal a execução? - O maestro pensa uns segundos e responde: Execução é um pouco exagerado, 20 anos parece-me mais justo.

Esta é do Miguel Gonçalves, trompetista brasileiro que felizmente resolveu vir para Portugal. Uma vez em que tocou numa banda que acompanhava um cantor daqueles que nunca sabe se deve entrar ou sair dizia ele: Nós não estamos a acompanha-lo, estamos a persegui-lo.


Um percussionista estreia-se numa orquestra sinfónica. Na primeira peça que ensaia só tem um golpe de pratos no primeiro tempo do compasso 146. Nervosíssimo vai contando os compassos... 142, 143, 144... o maestro interrompe e diz: - Então os pratos? - Maestro, ainda faltavam dois compassos, responde o percussionista. Não, contou mal, diz o maestro. Voltamos ao principio.
Cheio de atenção o músico conta... 143, 144, 145... TCHIM!!!. O maestro pára.- Ó homem ainda faltavam 3 compassos. Voltamos ao princípio e em vez de contar olhe para mim que eu dou-lhe a entrada.
De olhos cravados no maestro o músico aguarda com os pratos em posição. chegada a altura o maestro aponta-lhe a batuta. - Quem, eu ? pergunta o percussionista.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Perfil dos músicos

Veja logo abaixo a nossa postagem mais acessada e compare suas características com o perfil apresentado! E dê bastante risada quando perceber que tem mais afinidades do que imagina!